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terça-feira, 1 de abril de 2014

Júnior da Conceição Silva, natural de Presidente Médici, aprendeu #ginástica no #improviso e ganha destaque nacional

Ginasta maranhense Júnior da Conceição, o treinador Zeno Alhadef e a presidente da federação maranhense, Liane Bezerra Melo (Foto: João Ricardo/Globoesporte.com)
Ginasta maranhense Júnior da Conceição, o treinador Zeno Alhadef e a presidente da federação maranhense, Liane Bezerra Melo (Foto: João Ricardo/Globoesporte.com)
Por 
São Luís

Uma das modalidades mais antigas da civilização e que teve origem na Alemanha, a ginástica artística desperta admiração no mundo todo, contudo não é um dos mais populares no Brasil. Mas um esporte destaque na Ásia e Europa transformou a vida de um jovem no interior do Maranhão.
Antônio da Conceição Silva, natural de Presidente Médici, prefere ser chamado de Júnior da Conceição e começa, aos 18 anos, escrever sua história no esporte com capítulos iniciais baseados na superação. Hoje treina na Escola Upaon-Açu e tem apoio da federação da modalidade no Maranhão, de amigos e até da prefeitura da cidade natal, mas para chegar até aqui, passou por situações perigosas, que hoje são motivos de descontração nos treinos. 


- Aos 12 anos de idade vi uma reportagem na TV. Observei os movimentos, a força e a concentração que eles colocavam no momento. Achei interessante e passei a pesquisa, mesmo sem saber o que era. Na internet eu colocava ‘homens pulando mortal’. Até que um dia vi o Diego Hypólito cair e pensei comigo mesmo: ‘se um profissional erra, eu também posso tentar’.


O problema de tentar era que não havia acompanhamento profissional nenhum na cidade de Júnior da Conceição. O jovem curioso começou a improvisar os instrumentos e repetia os movimentos que via insistentemente nos vídeos que os amigos ajudavam a procurar na internet.
- A primeira vez fui para frente de casa, na piçarra, e joguei os braços para trás. Não sabia o que era, mas fiz um ‘flick’. Na primeira tentativa eu não errei e desde então se tornou um vício. Daí procurei me aperfeiçoar. No curso de informática todo mundo estudando e eu na internet procurando ‘homens fazendo mortais’. Um professor meu me ajudou, indicou um site e foi aí que vi o real nome do esporte.
A falta de conhecimento técnico levou o atleta a conhecer o esporte aos poucos. Todo dinheiro que ele pedia para a mãe tinha várias justificativas, mas apenas um destino: pesquisa mais sobre a ginástica na internet. Júnior da Conceição não teve acompanhamento de base e aprendeu tudo com as tentativas nos mais diversos cantos que conseguia para treinar. 
Enquanto os amigos jogavam futebol, Júnior esperava pacientemente – ou nem tanto – a ‘pelada’ terminar para que ele utilizasse o espaço de capim e areia para colocar em prática a série de treinos que havia pesquisado.
- Pagava para baixarem vídeos e ficava observando no meu celular por muito tempo. ‘Mentalizava’ e colocava em prática no campo.
O atleta garante que nunca se machucou com gravidade durante essas tentativas, mas as dores no corpo, dado o esforço colocado nos saltos, eram inevitáveis.
A primeira vez fui para frente de casa, na piçarra, e joguei os braços para trás. Não sabia o que era, mas fiz um ‘flick’.
Júnior da Conceição
O maranhense, de tanto pesquisar, conseguiu um vídeo (ficção) no qual os praticantes utilizavam a criatividade para produzirem os aparelhos. Bambu, por exemplo, foi visto no vídeo e era algo fácil dele conseguir também.
- Fui ao bambuzal e comecei a pegar. Quando não podia ir, pagava por isso. No fundo do meu quintal fiz uma barra fixa. Ali fazia minha série completa. Por incrível que pareça os aparelhos nunca quebraram. Quando conheci a realidade da ginástica pensei: ‘cara, eu sou muito louco’.
Além do bambu, as selas de cavalos também eram utilizadas para forjar aparelhos, como argolas. As selas foram amarradas numa corda e colocadas em um cajueiro.
O atleta está há seis meses em São Luís e mesmo com pouco tempo de treino em aparelhos normais foi destaque no XXVII Torneio Nacional de Ginástica Artística, realizado em São Luís, no último mês de novembro. Conquistou o terceiro lugar no individual geral da competição disputando com atletas que tiveram base e representaram outros estados. Na premiação dos melhores do ano, Troféu Mirante Esporte 2013, ele foi o melhor em sua modalidade.
Júnior da Conceição vai mudar os treinos de São Luís para Goiânia (Foto: João Ricardo/Globoesporte.com)Júnior da Conceição vai mudar os treinos de São Luís para Goiânia (Foto: João Ricardo/Globoesporte.com)

O contato com a Federação Maranhense de Ginástica (Femag) partiu do próprio Júnior da Conceição. O professor Zeno Alhadef se interessou pela história e foi conhecer de perto a promessa. Apostou no atleta e o trouxe para morar e treinar em São Luís.
- O Júnior da Conceição é um atleta que descobrimos no interior e trouxemos para São Luís. Ele obteve um grande resultado no Torneio Nacional. Ele ficou em terceiro lugar no 'indivudual geral'. Agora está indo para Goiânia para fazer um intercâmbio - disse o treinador, Zeno Alhadef.
O ginasta não precisou nem de um ano na capital maranhense para começar a chamar atenção de outros estados. Ele vai para o ASTRAMP, clube de Goiás. O objetivo é treinar forte para as duas etapas do Torneio Nacional, Campeonato Brasileiro, etapas do Circuito Caixa e para a Copa Olímpia Internacional de Ginástica Artística, que vai acontecer fora do país. O embarque para Goiás está marcada para o início deste mês de abril.
Mais informações AQUI


Fonte: Globo Esporte

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